"Não há fracasso para aquele que age em busca do autoconhecimento". Bhagavad Gita 2.40
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Em algum momento, todas nós sentimos o peso de padrões repetitivos que parecem nos limitar. Esses hábitos inconscientes, conhecidos no Yoga como saṃskāras, são marcas internas que moldam nossa forma de viver e ver o mundo.
Mas, como libertar-se dessas amarras invisíveis?
O conceito de Tapas — a força e disciplina para transformação — é o caminho para romper com esses automatismos e criar uma vida mais consciente.
Neste texto, exploraremos como o Yoga nos convida a transformar essas marcas, revelando uma jornada de autoconhecimento que leva à verdadeira liberdade interior e plenitude nas relações.
Tapas: A força que Transforma
Tapaḥ (derivado de tapas ou tapa): como verbo, significa aquecer, brilhar, purificar, transformar. Em literatura filosófica e espiritual, tapas refere-se às práticas e disciplinas que elevam o corpo e clareiam a mente, trazendo uma luminosidade interior.
Tradicionalmente associado à austeridade e à prática diligente, tapas representa o esforço consciente para desenvolver autocontrole, foco e resiliência. Mais do que um caminho de dificuldade, é uma jornada de aperfeiçoamento e fortalecimento, que nos convida a cultivar uma energia radiante, alinhada com nosso propósito mais elevado e com uma percepção mais clara da vida.
Saṃskāras: As marcas mentais
Todas nós carregamos marcas internas, moldadas pela repetição de experiências e eventos que deixam traços profundos em nossa psique. No Yoga, essas marcas mentais são chamadas de saṃskāras — padrões automáticos de pensamento e comportamento que se tornam parte da nossa identidade e estrutura interna. Com o tempo, algumas dessas marcas se enraízam tão profundamente que se misturam à nossa percepção de quem somos, tornando-se invisíveis aos nossos olhos, mas atuando de forma inconsciente em nossas ações e reações.
Essas marcas, sejam de experiências na infância, na adolescência, ou até mesmo transmitidas por gerações passadas, são em grande parte formadas sem que tenhamos consciência ou capacidade de escolha. Criadas na ausência de sabedoria ou maturidade, essas impressões refletem os desafios e sofrimentos que moldaram a nossa forma de sentir e enxergar o mundo.
No entanto, ao crescer e ganhar autonomia, o Yoga nos convida a resgatar essas memórias, a reconhecer as raízes inconscientes do sofrimento e a caminhar para a transformação consciente. É aqui que entra o conceito de Tapas, a disciplina e o esforço necessários para romper com os automatismos e criar novos padrões saudáveis. Em nossas práticas, como no āsana, construímos novas marcas no corpo e na mente, substituindo padrões antigos e inconscientes por uma forma de viver mais lúcida, inteligente e orientada pela sabedoria.
Esse processo não é fácil, pois Tapas nos conduz aos nossos pontos cegos, às áreas onde ainda somos dominados por antigas marcas de ignorância e sofrimento. É, portanto, um processo gradual e que exige paciência, aceitação e, muitas vezes, apoio externo para enxergarmos o que sozinhos não conseguimos. Tapas é, acima de tudo, o caminho para a liberdade, para reestruturar nossas relações internas e externas, permitindo que cada um ofereça ao outro o que tem de mais amadurecido e verdadeiro.
Assim, o Yoga nos conduz ao autoconhecimento, um caminho essencial para reconhecer e transformar as fontes profundas do nosso sofrimento, os kleśas, os obstáculos internos que sustentam nossos apegos e medos. Mais do que tentar mudar o que está fora de nós, o Yoga nos ensina que a verdadeira transformação está em alterar a forma como nos relacionamos com essas experiências e como percebemos a nós mesmas.
Qual é o próximo passo?
Este é o convite que o Yoga nos faz: olhar para dentro, compreender as marcas que carregamos e transformar essas impressões com presença, consciência e prática.
Se você está pronto para embarcar nessa jornada de autoconhecimento e libertação, junte-se a nós e participe das aulas do Soma para aprender e cultivar tapas. Vamos explorar o que está além do que os olhos conseguem ver, iluminando os pontos "cegos" e abrindo espaço para uma vida mais plena e consciente.
Reconecte-se com a pessoa mais importante de todas: Você mesma!
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Hariḥ Oṁ
Patricia de Abreu ॐ